O ‘pós-cassação’ de Alessandra Bueno como vereadora da Câmara de Olímpia continua repercutindo, tanto na própria sede do legislativo quanto fora dele. Na sessão ordinária de ontem (13), os vereadores Hélio Lisse Jr. e Tarcísio Aguiar ocuparam a tribuna para criticarem o comportamento da mesa diretora naquela sessão. Por outro lado, na tarde de hoje (14), o advogado Willian Antonio Zanolli, em ‘live’ em seu perfil de rede social, retransmitiu uma gravação em que analisa, segundo o seu ponto de vista, se Bueno retorna ou não ao seu assento legislativo.

São ex-secretários municipais que, faltando duas horas para o início da sessão, apresentaram documento conjunto de renúncia endereçado ao prefeito e já queriam assumir as titularidades da vereança sem a publicidade em veículo oficial do município, segundo explicou recentemente o presidente José Roberto Pimenta (Zé Kokão). Tarcísio era secretário de Agricultura, Indústria e Comércio; e, Lisse Jr., Segurança, Trânsito e Mobilidade Urbana.

A presença da polícia militar, chamada pelo presidente Zé Kokão para retirar do plenário, ambos sentados em suas cadeiras originais, no lugar dos suplentes, irritou Hélio Lisse Jr., que, mostrando a sua carteira funcional de ex-delegado de Polícia disse que segue o seu juramento de cumprir sempre a legalidade, e anunciou que está na Justiça para reparar erros na condução da Comissão Processante, a seu ver, entre eles a ausência da vereadora, que desmaiou momentos antes da extensa leitura de seis horas do processo, ficando na UPA para restabelecimento, segundo informações.

Já Tarcísio leu discurso de oito minutos, ocupando também o seu tempo de liderança, carregado de metáforas citando Pilatos, Caifás, entre outras personagens bíblicas, inclusive o Mestre Jesus.

Hoje, no início da tarde, o advogado Willian Antonio Zanolli fez uma live dando a sua interpretação jurídica sobre a pretensão dos ex-secretários, hoje vereadores. “O secretário não pode acordar e querer ir para a Câmara votar, ou depois, retornar à Secretaria da qual é titular. Quando é convidado para assumir cargo fora da Câmara, ele se licencia, deixa de ser parlamentar, não perde o mandato, claro, mas vai assumir outras funções, e deve, sim, ter o princípio da publicidade em órgão oficial da cidade”, disse.

Ele ainda discorreu sobre moralidade e conduta ética de um parlamentar: “Atualmente, em 2022, se exige do detentor de cargo público decência, uma conduta exemplar, veja o que ocorreu com o ex-deputado Mamãe Falei (Arthur do Val): ele se manifestou fora da Assembleia Legislativa, fora do Brasil, lá na Ucrânia, e foi cassado pelas opiniões que denegriram as mulheres de lá”.

Em um dos trechos da live, o advogado é incisivo: “O motivo da cassação – embate com a Helena de Sousa Pereira – que era político, partiu para o pessoal. Deveriam ter avisado ela (a vereadora cassada) que para exercer o cargo há uma liturgia, uma conduta a seguir. Não é uma ação boa democrática, republicana, intimidar cidadão, tirar o lugar de fala. Por tudo isso, eu creio, é apenas uma opinião, de que as possiblidades de reversão, a menos que haja ocorrido exageros na condução do processo, eu vejo como remota”.

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