O som do maracatu e os folguedos do Papanguarte vão invadir a Estância Turística de Olímpia durante o 54º Festival do Folclore, de 4 a 12 de agosto. A Nação Maracatu Porto Rico, de Recife, e o Papanguarte-Balé Popular, de Bezerros, são os grupos que vão representar o estado de Pernambuco na Capital Nacional do Folclore. O Balé Popular já é bastante conhecido do público do Fefol. Já o Maracatu estreia este ano no festival.

O Papanguarte foi fundado em janeiro de 1997, pelo artista e educador Carlos Marques, após a realização de uma oficina de danças populares promovida pela Prefeitura de Bezerros. Atualmente, o grupo é formado por estudantes e professores da rede municipal, estadual e particular do município, com o propósito de resgatar e valorizar as danças e folguedos populares da terra do papangu (bezerros), bem como do estado pernambucano. O nome “papanguarte” vem da união das duas palavras: papangu (mascarados que saem pela cidade no período carnavalesco) e arte.

Na época de Carnaval, os mascarados saboreiam a deliciosa comida típica do nordeste: o angu, surgindo assim, a figura folclórica papangu. Dessa forma, papa + angu + arte = Papanguarte.

Umas das características da agremiação é que seus bailarinos dançam mascarados como forma de resgatar, preservar e valorizar a cultura do papangu – símbolo máximo do carnaval de Bezerros.

MARACATU PORTO RICO

O Maracatu Porto Rico tem um histórico de resistência, de idas e vindas, surgimento e desaparecimentos sucessivos, até chegar ao apogeu de sua contemporaneidade. Sua fundação oficial em livro de registro data 7 de setembro de 1916, na cidade de Palmares/PE, sob liderança de João Francisco do Itá, desenvolvendo-se lá por vários anos. Chico de Itá foi rei da nação e remanescente do Quilombo dos Palmares.

A Nação tem hoje como mestre Jailson Chacon Viana, filho da Rainha Elda, que se destaca pela criação rica de toadas e pelo diferencial instrumental no baque, como a introdução de atabaques e abês, em 2002. Mestre Chacon Viana assumiu definitivamente o cargo de mestre do apito, de mestre do batuque, em 2000 e deu um novo impulso à nação. Sua forte musicalidade traz inovações ao baque sem perder a tradição no qual se criou.

Hoje a Nação do Maracatu Porto Rico é a com mais títulos do carnaval recifense, exibindo sua excelente e rica organização instrumental, dividindo seus tambores, chamados de alfaias (também conhecidos por bombos e zabumbas) em quatro tipos, de acordo com o tamanho, o timbre e a sua função; seus nomes se originam do nagô: Melê, Biancó, Ian e Iandarrum.