G1 — A Justiça de São Paulo decidiu reabrir o inquérito contra o parque aquático Thermas dos Laranjais para apurar as causas do acidente que deixou o empresário Carlos Magon tetraplégico (foto), em julho de 2015. A decisão é de abril e as investigações serão aprofundadas.

empresarioO juiz Eduardo Luiz Abreu da Costa, da Vara Criminal do Foro de Olímpia, no interior paulista, pediu que as investigações fossem retomadas porque considerou “não esgotadas, conforme relatório feito, as diligências realizadas pela autoridade policial” e que “requer, portanto, a devolução dos autos, para ulteriores diligências, a serem realizadas pela autoridade policial”.

Na época do acidente, a direção do Thermas dos Laranjais disse que prestou toda a assistência à vítima. Em nota, o clube afirma que “tem por política não se manifestar sobre investigações policiais em curso, ratificando sua total confiança no trabalho que vem sendo realizado pelas autoridades. Informações oficiais sobre as investigações podem ser obtidas diretamente perante a autoridade policial”.

O comunicado acrescenta que o Clube Dr. Antonio Augusto Reis Neves (nome oficial do Thermas dos Laranjais) “reitera seu pesar pelo infortúnio ocorrido com o senhor Carlos Alberto Magon, mas não pode aceitar a responsabilidade que se lhe quer imputar. O Clube Dr. Antonio Augusto Reis Neves não contribuiu para o infortúnio e, embora não tenha responsabilidade pelo ocorrido, prestou toda a assistência ao senhor Carlos Alberto Magon e à sua família”.

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Outros acidentes

Além de Carlos, outras duas pessoas se acidentaram no parque e disseram não receber atendimento correto. Edson Aparecido Sertorio, de 53 anos, ficou paraplégico e Gabriel Quedas Dottavio, de 31 anos, sofre de dores crônicas. Os dois moram em São Paulo, onde fazem tratamento para tentar diminuir as consequências das lesões sofridas.

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Segundo o advogado Eduardo Barbosa, as investigações, em um primeiro momento, não foram feitas de forma mais profunda. “Muita gente precisa ser ouvida ainda, toda a diretoria do parque. Quero saber se esse brinquedo estava em ordem, se ele podia funcionar e o porquê esse brinquedo foi alterado depois dos acidentes.”

Depressão

Quase dois anos após o acidente, a saúde de Carlos exige cuidados 24h. Além disso, foi um laudo feito por um psiquiatra atesta que a esposa Solange Magon e duas, das quatro, filhas estão com depressão.

As filhas mais novas do empresário são as que apresentaram problemas emocionais mais graves. No laudo, o psiquiatra forense evidencia a sensação de culpa que Marina, de 17 anos, tem pelo acidente do pai e os ataques de pânico sofrido pela menina. Sobre Júlia, de 9 anos, notou-se mudança de comportamento e diminuição no rendimento escolar.

Após o laudo, o advogado Eduardo Barbosa e Ricardo Breier, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB-RS), pediram tratamento psicológico ao parque. Segundo eles, o pedido foi negado. “Não se trata de ganho material. Busca-se tratamento para estas pessoas que estão doentes emocionalmente”, alega Barbosa.

Acidente

Em julho de 2015, o empresário Carlos Alberto Magon ficou tetraplégico após cair de um brinquedo chamado “bolha gigante”. Com a queda, as vértebras C4 e C5, que ficam perto da nuca, foram lesionadas.

Uma das filhas, de 15 anos, viu que o pai não conseguia se mexer e, por isso, começou a se afogar. “Ela não conseguiu tirá-lo da água e dois banhistas ajudaram. O médico informou que isso prejudicou. Ele já deveria ter saído da água numa prancha de resgate”, disse a mulher do empresário, Solange Cristina Machado Magon, de 43 anos.

Segundo a família, a direção do parque pagou, durante sete meses, os gastos de serviço “home care”, que é o atendimento feito por profissionais da saúde em casa. Para conseguir este atendimento, a família entrou com pedido de liminar.

Carlos tem uma enfermeira 24 horas e precisa da ajuda de mais uma pessoa. Os gastos com fisioterapeutas, cadeira de rodas, reformas na casa, medicamentos, equipamentos médicos e psicólogos para Carlos e suas quatro filhas são pagos pela família da vítima.

Caia Piton se manifesta

O advogado, então procurador jurídico do Thermas dos Laranjais, e gestor do Tuti Resort, Caia Piton, enviou ao Diário a seguinte manifestação sobre a divulgação desses acidentes no G1:

“Para alarmar ainda mais, tentam afastar os que alertam. Como representante legal tenho o dever de ver tudo apurado. Representação legal não se revoga.

Nos dois anos que não vejo Benito graves acidentes que outrora NUNCA se registraram abalam o nome do parque e os referidos assessores querem a todo custo evitar auditorias e dr Jorge como responsável técnico parece que foge a responder. Seria verdade que a bolha foi reformada após o acidente. Tenho o dever de me precaver e ver lá uma auditoria firme e precisa. Não posso responder pelos atos deles como respondia pelos do sempre competentíssimo Benito.

Na área de expansão, outro susto. Estaríamos virando o Hoppi Hari, fulminado por acidentes e assaltado pela compra de atrações milionárias sem assembleia de aprovação.

Anúncio na folha da compra dos canadenses

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O presidente Benito Benatti não precisava autorização, ele não comprava, inventava e ainda dava a patente ao parque. Era frontalmente contra este procedimento.

Como alguém pode gastar milhões de uma associação e dizer na qualidade de vice presidente a pedido do presidente, ou seja, confessadamente exercendo as funções de vice presidente, que tem a grata satisfação de anunciar que está torrando a grana dos sócios sem autorização deles????

Com o devido respeito,Sr Benito, manifeste-se o senhor com sua sabedoria ímpar, o que está ocorrendo é p fim da picada!

Nota da Redação: Estranhamente, anúncios oficiais do Thermas, pagos a peso de ouro, são comprados no jornal do assessor de comunicação do parque. Socorro, mesmo – Leonardo Concon